Vinny

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Era uma quinta quando o telefone azul voltou a tocar.
-Diga.
-Quanto custam seus serviços?
-120 reais a hora.
-Amanhã a tarde você vai estar livre?
-Sim, claro.
-Então, anote meu endereço...
-Perfeito... Aham... as 4. Tchau.
4 da tarde do dia seguinte - o momento que tinha acabado de sair do trabalho - eu estava batendo na campainha de uma casa de classe média no centro da cidade. Um rapaz branco, aproximadamente 37 anos, cabelos negros e curtos que vestia apenas uma cueca samba canção me atendeu.
-Você deve ser Nicolas. Me chamo Vinny. Entre, por favor. - quanta gentileza.
-Obrigado.
-Sente-se, por favor.- E me deixou sentado na poltrona, enquanto entrou na cozinha.
-Hum, vamos subir? Preciso ir a universidade em 1 hora.
-Claro.
Então, subimos as escadas , atravessamos um corredor curto e chegamos ao seu quarto, onde ele tirou minha camiseta e acariciou meus mamilos. Num súbito impacto (e sem sequer me beijar), tirou a cueca, revelando seu pênis. Deitou-se com as pernas afastadas e me mandou chupar... Foi entediante, vê-lo sem qualquer expressão facial. Ele deve ter percebido algo, pois disse um "muito bom" meio forçado, levantou-se, pos a camisinha, enxarcou minha bunda de lubrificante e, de uma vez, meteu. Doeu tanto que desde esse dia tenho raiva de lubrificante.
Eu estava de bruços, me aguentando de dor porque ele tinha o pau gigantesco, e ele por cima, enfiando com raiva... ele me mordia e dizia coisas do tipo : "cuzão gostoso de foder". E ali ficamos, até que ele gozou, levantou-se e me pagou. Deve ter gostado pois uma semana depois me ligou de novo, mas eu não estava disposto a sofrer aquela dor anal de novo e dei alguma desculpa.

(...)

3 meses depois, passeando pelo shopping com um amigo, o vi de longe com um amigo apontando na minha direção e li seus lábios dizerem : "garoto de programa... eu comi!", e foi quando olhei ao meu amigo, apontei ao Vinny e menti: "dei pra ele... tem um pintinho desse tamanho." e saímos rindo.

Primeiro cliente

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Segunda-feira, 10 da manhã e um numero desconhecido aparecia no identificador de chamadas do meu celular azul e fiquei meio em choque antes de atendê-lo.
-Alô.
-Oi, tô ligando pelo anúncio do jornal... Quanto você tá cobrando?- A voz parecia ser de um adolescente.
-120 reais a hora.
-Perfeito... Você tem local próprio?- O jovem perguntara.
-Infelizmente não... Mas você pode ver um motel.- Claro que eu não iria gastar dos meus 120 reais.
-Tudo bem... Vamos fazer assim. Nos encontramos às 11 na escadaria do supermercado e de lá vamos ao motel, pode ser?- "Escadaria do supermercado" como assim?
-Perfeito.
-Estarei usando calça bege e camiseta pólo azul claro.- Quem usa isso? Chiquinho Scarpa quando vai ao golf?
1 hora depois e eu estava subindo as escadarias do supermercado em questão quando vi um jovem de aparência de uns 20 anos, meio corcunda, cabelos castanhos e com o sorriso do Marcelo Nóbrega (sim, o da Praça é Nossa), inspirei fundo, pensei no dinheiro, suspirei e sorri a ele.
-Olá, tudo bom? Qual seu nome?- Ele perguntou sorrindo e me estendendo a mão. Eu tinha pensado em tantas coisas menos num nome para mim. Olhei um poster da Sky que anunciava um filme de Nicolas Cage.
-Nicolas. Prazer...- Estendi-lhe a mão.
-Sou Alfredo.Prazer você vai ter daqui a pouco... Venha comigo.- Ele apertou minha mão e me puxou escada abaixo. Não pude notar que, com o dia ensolarado que fazia, ele tinha um guardachuvas na sua outra mão. Entramos num carro e fomos rumo ao motel.
Pedimos o quarto, quarto número 5, entramos, apagamos as luzes, eu já estava excitado e foi quando ele me beijou e o prazer foi pelo ralo. O cara tinha um hálito que parecia que ele tinha comido um gambá crú e não tinha escovado os dentes, e para piorar a situação, ele tirou a roupa e as axilas dele cheiravam a cadáver. Inspirei, pensei no dinheiro, e pus a boca em seu penis e o chupei. Ele não estava sentindo tanto prazer, tanto que, com poucos minutos ele tirou o pau da minha boca e tentou me beijar mas, muito esperto, desviei minha cabeça e voltei a fazer sexo oral nele.
-Tire sua roupa... Quero te comer.- Ele disse, ja colocando a camisinha. Lhe obedeci, e já estava deitado quando ele veio contra meu corpo e me penetrou bem devagar... uhmmm, foi bom e...? Que merda! Ele só entrou e ficou dentro, sem sequer se movimentar.
-Você não vai se movimentar?- Perguntei, descarado.
-Não... cansa muito. Prefiro ficar dentro de você...-
-Tudo bem - sorri, cinicamente enquanto pensava que estava tendo a pior transa da minha vida. E alí ele passou o resto da hora, deitado em cima de mim, fedendo, dentro de mim, inerte, me olhando.
A hora acabou, ele me pagara em muitas notas de 5 reais. Alfredo ainda quis me oferecer uma carona, mas acabei tomando um táxi urgente rumo a minha casa, onde tomei um gostoso e revigorante banho.

Maldito computador

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Ainda não vou contar como foi meu primeiro cliente porque lembrei de outra situação em que meu corpo foi forma de retribuição.
Era domingo, véspera da entrega da minha monografia e eu precisava urgentemente de ler todos os arquivos. Minha família tinha viajado, eu tinha ficado para resolver algum eventual problema e ficar estudando. Entre uma página e outra, eu baixava uma música por um programa não muito confiável. Após uma música, o Microsoft Word não quis mais abrir... E agora? Naquela época não existiam esses atendimentos 24 horas que hoje existem. Busquei por toda minha agenda telefônica e, infelizmente não conhecia nenhum técnico de informática. Foi quando me lembrei de Maria, cujo frágil computador vivia em pane. Telefonei a ela, que me havia dado o número de um rapaz, Adalto que, segundo ela, era um rapaz competente no que fazia. Em desespero, liguei a ele.
-Oi, sou amigo de Maria, me chamo Vic... Minha monografia será defendida amanhã e preciso estudar uns arquivos que estão no meu computador que não consegue abrir o Microsoft Word. Teria como você me ajudar?- Implorei.
-Sem problemas, me dê seu endereço que estarei aí em meia hora.-
Dei a ele mas coordenadas de como chegar a minha casa e fiquei esperando na sala. Em 20 minutos, um gol branco parou em frente ao portão de entrada, e dele descia um rapaz com a aparência de 28 anos, moreno, aproximadamente 1.73 de altura, usava óculos, bermuda branca, camiseta creme e papete, e ainda trazia uma maleta em mãos. Antes que ele tocasse o irritante som da minha campainha, me levantei e apareci na porta com as chaves.
-Olá, Adalto. Só você pode me salvar...-
-Mas, o que houve mesmo? - Ele falou enquanto entrava pelo portão e eu o trancava.
-O Microsoft Bosta Word não abre... Venha comigo.- E o guiei pela porta rumo ao meu quarto.
Ele sentou-se, pos a maleta no chão, mexeu no computador e disse:
-Vou precisar reinstalar o Office...-
-Sem problema, faça o que for preciso.-
-É um processo meio demorado.-
-Sem problema... Eu vou ligar o som... Aceita um suco, um copo de água?-
-Não, obrigado...- E foi quando liguei o rádio.
-A propósito - perguntei - Quanto custa o conserto?-
-40 reais- Pus a mão no bolso e, magicamente, eu só tinha 20 reais.
-Putz... Só tenho vinte reais... Tem como você vir aqui outro dia e eu te pago o resto? - propus, preocupado.
-Não se preocupe, vamos resolver aqui... Você poderia, por exemplo, me fazer uma massagem nas costas.-
Sem pensar duas vezes, comecei a lhe massagear os ombros, as costas de uma maneira bem suave. Não sei  o que me deu que, quando dei por mim, já estava cheirando sua nuca e esfregando meu queixo pelo seu corpo. Sentei-me no seu colo, ficando frente a frente e nessa posição eu senti melhor seu perfume cítrico. Tirei sua camiseta e, enquanto ele apalpava minha bunda, fui descendo com a boca do seu pescoço até o meio do seu abdome. Abri o velcro de sua bermuda, jogando-a pelo chão. Desci sua cueca até a altura do seu tornozelo, e foi quando me ajoelhei, passei minha lingua no seu umbigo, alcançando seu penis.
-Uhm, que delícia...- Disse Adalto recostando-se.
E ali, no boquete, ele gemia e contorcia a cabeça.
-Levante-se, quero comer sua bunda.- Disse, tirando minha cabeça da sua pelve. Eu o obedeci, fiquei de pé enquanto ele abriu a carteira, tirou uma camisinha, encapou seu penis.
-Deite-se- Ele ordenou. E assim, ele tirou minha bermuda e me penetrou de uma vez. Doeu um pouco. Eu gemia mais de dor do que de prazer. A coisa foi sem carinho algum, e o ritmo das arremetidas se aceleravam, e eu rezava para que tudo aquilo acabasse logo, e ele achando que estava me dando prazer com aqueles 17 cms dentro e fora de mim. A situação parecia mais quando um galo pega uma galinha a força. E eu não tinha muita opção, já que ele estava deitado por cima de mim. A bandeja de cds do computador se abrira, e a tela mostrava uma "instalação concluída", mas ele não se importava e continuava a me foder com raiva.
-Aaah, vou gozar!! AAAAAH!- Ele disse, após fazer uma careta e deixar de se mover frenéticamente.
-Já? Bem... Como tudo já foi organizado, agora você precisa ir e e eu preciso estudar. - Disse, enquanto eu jogava a camisinha pela privada.
-Poderiamos marcar mais vezes... Sempre que precisar de conserto, pode me chamar que você já sabe como me pagar.- Ele falou enquanto se vestia e pegava a maleta, e eu fingindo que achava aquilo a coisa mais sensual que já ouvira.
-Tudo bem, sem problemas... Te ligo.- E assim, me despedi.
E nunca mais voltamos a nos encontrar.

Sexo por interesse

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Antes de falar sobre meu primeiro cliente, queria contar algo sórdido que aprendi com as vilãs de novelas e filmes: Sexo por interesse.
Sempre soube separar o sexo dos interesses... E teve uma vez que, com mil matérias para estudar para o fim do ano eu acabei ficando para as provas finais na disciplina que eu mais odiava: Saúde Pública. Era um saco... Mil normas e tudo era muito parecido, mas eu ainda acho que não fiquei de recuperação por burrice, acho que tudo já vinha sido estrategicamente planejado pelo professor Marcelo, um homem alto, branco, usava um bigode ralo que lhe dava uma aparência de francês.
Lembro-me de uma vez que estava com dúvidas e me dirigi a sua mesa, lembro como aquele homem me olhou... parecia que eu estava nú e ele queria me devorar ali mesmo na frente de todo mundo, até cheguei a me assustar.
No final da entrga das provas, fui ter com ele:
- Professor Marcelo... Vou fazer a quinta avaliação em outras matérias também...
- Por quantos pontos você ficou?
- Meio ponto...
-Porque você não estudou direito o ano inteiro... Mas, não se preocupe, vamos conversar no meu consultório a respeito disso. - E foi quando ele meteu a mão no bolso, tirou um cartão de visita e me deu.
-Tudo bem, estarei lá. - E saí. Eu sabia que algo de muito safado poderia acontecer alí.
6 da tarde, e lá estava eu na sala de espera do consultório, meio ansioso... Estava folheando umas revistas e fingindo que prestava atenção a televisão, mas na verdade como eu estava tenso. 15 minutos se passaram e a secretária anunciou:
-Senhor Victor, pode passar, o Dr. Marcelo está esperando na sala 4.
Pus a revista na mesa e caminhei no corredor estreito, bati na porta da sala 4 e entrei. O ambiente era bastante aconchegante, com uma biblioteca cheia de livros, móveis modernos.
-Sente-se, por favor, vamos discutir. - Disse Marcelo.
-Então, eu já estou predestinado a fazer a 5ªavaliação em 5 disciplinas, e meio ponto acaba se convertendo em 4,5... Eu adoro sua matéria e queria propor uma alternativa. O que o senhor pensa de um trabalho? - Propus, enquanto ele se sentava de uma maneira mais aconchegante, com as pernas em cima da mesa.
-Tive uma outra idéia... Que tal uma prova oral? - Ele falou, passando a mão no próprio pênis e foi quando me levantei e, num movimento brusco, ele abriu o zíper, abaixou a cueca branca que usava e me mostrou sua rola. Devia ter uns 17 centímetros.
-Vem, chupa...- Falou, sacudindo o pênis semi rígido e recostando-se na poltrona,e foi quando eu lhe abocanhei... Seus olhos fechavam e a sensação que ele me passava era de quem estava totalmente relaxado.
-Aaah, eu sabia que você chupava bem... -Ele disse, enquanto minha cabeça estava num vai e vem furioso. Ele já mexia a cintura para frente e para trás, fodendo a minha boca com gosto e gemendo baixo para que ninguém ouvisse.
-Aaaah, vou gozar!!! - Ele se acelerou, e em questão de segundos, ele rugiu baixo, espalhando sua porra na minha boca.
Me levantei, fui até uma pia branca que tinha ali, cuspi, lavei minha boca.
-Então, vou ter meus pontos? - Perguntei, me enxugando em papel toalha.
-Vai sim... vou arredondar sua nota para 10 pela excelente prova oral.
-Tudo bem...

E assim, não fiz recuperação em Saúde Pública.

A Idéia

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Eu adoro o mundo e as coisas que ele me proporciona. Pode parecer uma idéia um pouco fútil mas nunca fui de me contentar com pouco, sempre quis o melhor para minha vida e para a vida daqueles que me cercam. Pena que na sociedade capitalista em que vivemos, o dinheiro parece ser o grande combustível da vida: sem ele não vestimos, não nos tornamos cultos, não estudamos, não nos locomovemos, não comemos, não vivemos.
Para conseguir tal combustível, as pessoas são capazes de tudo... Soube de uma mulher que matou o marido que tinha ganhado uma fortuna na loteria (não que eu seja capaz de tanto) e foi quando a maldita crise econômica de 2009 chegou, junto com uma enorme redução salarial (e devo dar graças por continuar trabalhando, se não, o que eu iria usar como desfarce para o dinheiro que ganho?) e, foi quando resolvi colocar meu primeiro anuncio no jornal de domingo:
"Homem moreno, 1.81m, 77kg, passivo, carinhoso está disposto a momentos de prazer... Atendendo apenas homens para tecer o amor."
Eu nunca consegui gostar de mulheres no âmbito sexual. Já tive duas namoradas, mas realmente não conseguia me sentir sexualmente excitado com elas... Desde meus 21 anos, comecei a ter relações com homens e a relação de ser dominado por eles consegue me deixar explodindo de tesão.
Comprei um chip, coloquei-o no Nokia antigo e assim fiquei nervoso com a primeira ligação.